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terça-feira, 15 de novembro de 2011

NO FIQ



Rapaz, o FIQ foi uma coisa hein?

De ontem - segunda-feira, um dia após o encerramento do evento - para hoje, só vejo na web comentários, elogios, fotografias e lembranças deste que deve ter sido um dos festivais de quadrinhos mais felizes de todos os tempos.


De nossa parte parte, não tem como não ficar feliz e envaidecido. Cumprimos nossa missão - criar, imprimir e lançar uma revista "feita-em-casa" com hqs, desenhos e textos dos convidados. Bem, com todas as dificuldades e algumas falhas, creio que a revista não ficou mal. Quer dizer, ficou bacana, vá. E vou te dizer: não tem preço a simpatia e a solicitude com que nos receberam os convidados Bill Sienkiewicz - autor da capa sensacional -, Olivier Martin, Calpurnio e Cyril Pedrosa. Além deles, meu agradecimento sincero também ao jornalista Paulo Ramos, e a todos os colaboradores da publicação: Duke, Marcelo Lelis, Alves, Felipe Nunes, Erick Azevedo, a turma dos quadrinhos Dependentes, Rafael Coutinho, Marcos Wenceslau, Will, Gabriel Góes, Yuri Moraes, Sama, Irrthum, Giorgio Galli, Guazzelli, Gabriel Bá... Wow, acho que não faltou ninguém.

Além da revista artesanal, lançamos a Graffiti 22 - distribuição gratuita, todo mundo do FIQ deve ter uma. Espero que gostem. E aguardem porque vem aí o novo álbum da coleção "100% quadrinhos", de autoria do Evando Alves.

Fiquei muito contente também com a imensa e ativa participação do público. O que prova - de novo e cada vez mais - que quadrinhos não é uma "coisa estranha", excêntrica. Todo mundo lê quadrinhos. Uns mais, outros menos, mas todo mundo lê, ou leu, ou vai ler. E dessa vez - mérito direto do Afonso Andrade e do Daniel Werneck, criadores do conceito deste festival - a participação do público foi propositiva. A Serraria Souza Pinto virou uma imensa oficina de criação - não era só a nossa - com seus vários OuBaPo, Estúdio ao vivo, flash pages, oficinas, a Gibiteca... Se, por um lado, havia menos exposições - talvez reflexo da ausência do até então parceiro Roberto, da Casa 21 -, por outro havia toda essa movimentação e dinamismo, que fizeram com que o público interagisse mais e, tenho certeza, gostasse ainda mais do FIQ.


Os independentes deram as caras mais uma vez, mas agora - com bem disse o Paulo Ramos, tanto no seu blog quanto no texto que fez para a Graffiti FIQ - com maior qualidade, conteúdo e esmero gráfico. Na mesa que participei, "Auto-publicação" - junto com Gustavo Duarte, Flavio Luiz e Pedro Franz - ensaiamos uma explicação para este crescimento. Digo ensaiamos porque é uma conversa longa. Tivemos uma hora de bate-papo - bem legal por sinal - e não deu tempo de discorrermos sobre tudo o que envolve este fenômeno. Mas encontramos um ponto pacífico: as fronteiras entre o chamado "quadrinho independente" e o "quadrinho de editora" estão se reduzindo e se confundindo. Editoras como a Zarabatana trabalham de forma quase artesanal, com tiragens baixas, processo lento de produção e uma relação com os autores muito mais pessoal e intimista. Na minha opinião os quadrinhos rumam para aquilo que já aconteceu com a música, ou seja, uma segmentação cada vez maior, o que acaba por viabilizar o formato independente. Não há mais, em diversos setores, sobretudo na cultura, o velho compromisso industrial de produção - equipes enormes, cada qual com sua tarefa (agora o autor faz tudo, ou quase tudo, da produção gráfica à divulgação), tiragens maiores ainda, distribuição terceirizada e impessoal. As coisas mudaram mesmo, e este FIQ, com o sucesso dos quadrinhos independentes, é prova cabal disso.



Por fim, devo dizer que conheci muita gente legal - muitos eu já conhecia por redes sociais, mas aí não vale -, a saber: Delfin, Heitor Pitombo, Sama, o pessoal do Ceará, o Rafael Coutinho ("a Graffiti é a melhor revista independente do país...", dizia ele quando passei por lá), o Odyr, velho colaborador da revista que nunca havia conhecido pessoalmente, Guilherme Kroll, Pedro Franz, Gustavo Duarte, Jill Thompson, Sienkiewicz, Yuri Moraes, Nunes, Calpurnio, Franco de Rosa, Zema (o amigo do Nilson), os franceses Olivier e Cyril, e mais uma pá de gente que eu ou não me recordo do nome ou não me recordo que encontrei. E, claro, revi velhos amigos e muita gente legal que a gente só vê no FIQ ou no HQ Mix: Sidão, Paulo Ramos, Milena Azevedo, Gual, os irmãos Gabriel e Fábio, a turma do 4º Mundo - Daniel Esteves, Will, Ana Recalde, Caio Majado, Mario Cau -, Claudio Martini, Cadu Simões, Leonardo Melo, Will Conrad, Eddy Barrows, Eloyr Pacheco, Guazzelli, Vitor Caffaggi, etc etc etc.

Faltou falar do que comprei neste FIQ. Por incrível que pareça - não foi nenhuma predisposição - é tudo brasileiro. Adorei mesmo o Duotone, do Vitor Caffaggi, e o pequeno mas genial Ryotiras, do Ryot. Além deles comprei os dois do Pedro Franz - Promessas de amor... -, as duas revistas do Odyr - acho que se chama "Primeira edição", o albão do Rafael Coutinho, lindo demais, o Nanquim descartável 4, que eu não tinha ainda, o SOS do Nunes, o livro da Chiquinha. E ganhei uma pá de coisas, agradeço muito.

PS As fotos são do Rafael, cujo álbum completo pode ser visto aqui. A foto do bate-papo é da FMC. Retirei daqui.

Pos-postagem: é claro que faltaria algo na lista de agradecimentos. Sempre acaba faltando, naturalmente, aquilo que é mais óbvio, que está mais na cara da gente. Já diria o detetive Dupin, do Poe, lá por volta de 1800 e alguma coisa.

A nossa equipe de trabalho! As maravilhosas garotas da OiKabum!, Anna, Liu, Luiza, além do Chacal. E do grande velho amigo Guga Schultze (obrigado por me fazer lembrar), que além de desenhar duas páginas maravilhosas para a revista, ainda foi o melhor "public relations" do FIQ!

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Graffiti 22 vem aí!

Lançaremos durante o FIQ o mais novo número da revista Graffiti. O lançamento ocorre no meio da programação de quadrinhos - que também promete - do Nelson Bordello.

Não percam!