quinta-feira, 11 de novembro de 2010
Monstro Souza - lançamento dia 12 de novembro
Vai ser lançado amanhã, 12 de novembro, no "Off Comicon" (eventos alternativos ao festival de quadrinhos que tá rolando no Rio) o livro "Monstro Souza", do escritor maranhense e nosso chapa e colaborador da Graffiti, Bruno Azevêdo. O lançamento ocorre a partir das 21h, no Centro de Arte Maria Teresa Vieira, na Rua da Carioca, 85.
Segue abaixo uma pequena entrevista com Bruno:
O Monstro Souza tem uma considerável lista de colaboradores. Por que a necessidade de buscar tanta gente?
É um livro feito com desenhistas do país inteiro, em função de uma história só. Eu precisava de uma diversidade de traços e de ideias que eu não ia conseguir sozinho. O Amaral, por exemplo, só ele poderia fazer a HQ que ele fez, porque não é só o desenho, é o universo dele, o Monstro mergulhou no universo dele. Já o Gabriel é um colaborador tão frequente que em muitos momentos eu não sei dizer o que foi ideia minha ou dele.
No seu livro anterior, Breganejo Blues, se percebia a característica da convergência de linguagens. No Monstro Sousa isso se concretiza ainda mais?
Eu cresci consumindo um monte de linguagem diferente. E pra mim, elas não tinham uma carga valorativa discrepante; lia de Machado de Assis à Dragão Brasil e, pra mim, tudo era literatura. Então quando eu penso em contar uma coisa, a forma dessa coisa é tão importante quanto a coisa em si. Por isso, o Monstro usa diversas linguagens dentro de uma mesma narrativa: prosa, recortes de jornal, quadrinhos, fichas de RPG, anúncios, tudo tá lá pra contar a história. Tudo faz parte da narrativa, não existe “ilustração”.
Apesar de ser um livro de ficção – feito por um historiador e um arquiteto –, é perceptível que há elementos que conectam o imaginário a fragmentos da realidade e personagens reais, como também referências de outros livros, quadrinhos etc. Como foi o trabalho de pesquisa?
Querendo ou não, houve um método de pesquisa influenciado pela minha formação, no modo de aquisição do material utilizado no livro. O trabalho de pesquisa começou pela biblioteca pública de São Luís, onde procurei em jornais matérias absurdas que pudessem se fundir à história absurda que fui criando. Houve uma adequação da realidade à minha ficção e também da minha ficção à realidade. Por exemplo, a história do cachorro Bingo, relatada em jornais de São Luís, me comoveu tanto que acabei incluindo-o como um personagem. Há várias outras pessoas, situações e informações aglutinadas, deglutidas e cuspidas de acordo com a narrativa do romance.
Sobre o que é o Monstro Souza, afinal?
É a história de um cachorro-quente de 1,80m que trabalha como loverbói e serial killer em São Luís. É sobre uma cidade absurda. O cachorro-quente é uma desculpa. É tão absurda que um cachorro-quente pode andar na sexta-feira à noite e as pessoas vão achar que ele é só um cara feio. O próprio livro é um monstro, ele se constrói por aglutinação.
Mais informações sobre o Off Comicon aqui e sobre o Monstro Souza, aqui.
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